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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Notícias do Festival de Teatro de Curitiba 2011

“Me emociona estar em um festival que celebra o teatro”, revela Dan Stulbach


Público lota Guaíra por dois dias seguidos para assistir a criativa comédia estrelada pelo ator

Reportagem Guilherme Magalhães e Marina Pilato Edição Luiza Barreto


Erik Almeida
Dan Stulbach divertiu o público na apresentação de Os 39 Degraus, peça mais concorrida do Festival de Curitiba



“Nossa, nunca vou esquecer isso”. Esta frase, dita atrás das cortinas pelo ator Dan Stulbach logo após o fim da peça “Os 39 degraus”, também poderia ter sido falada por qualquer um dos espectadores que lotaram o Teatro Guaíra na noite desta quarta-feira (6). O espetáculo, dirigido por Alexandre Reinecke, é baseado na obra do aclamado diretor Alfred Hitchcock, e mistura suspense, comédia e muitas reviravoltas.


Além de Stulbach, integram o elenco Danton Mello, Fabiana Gugli e Henrique Stroeter, que se revezam em mais de 130.de papéis. A história se passa na Londres e na Escócia pré-Segunda Guerra, onde Richard Hannay (personagem de Stulbach) conhece Annabela Schimit (Fabiana), uma linda agente secreta alemã. Ele, um sedutor incorrigível, a leva para seu apartamento, onde ela é misteriosamente assassinada. Hannay torna-se o principal suspeito e assim inicia uma atribulada jornada que o levará até a Escócia.


A fama de peça mais disputada do Festival de Curitiba (os ingressos esgotaram-se quase um mês antes do espetáculo) é justificada pela qualidade técnica da apresentação. Com efeitos sonoros afinados e iluminação digna de shows da Broadway, “Os 39 degraus” vale cada centavo do ingresso.


Sobre o diferencial de se apresentar em Curitiba, Stulbach conta que “o calor humano, a quantidade de gente, esse elenco que eu adoro, tanta coisa junta deixa tudo muito especial. A peça é especial, porque é alegre e inteligente”. O ator, que já havia se apresentado no Festival de Curitiba em 2002 com a peça “Novas diretrizes em tempos de paz”, divertiu o público com sua desenvoltura em cena, menções satirizando trabalhos anteriores e a marcante química com o colega de palco Danton Mello. Também é notável a agilidade de todo o elenco ao perfazer constantes trocas de papeis, figurinos e cenários, pois a história assim exige.


Velha conhecida do Festival, a atriz Fabiana Gugli – que desempenha três papeis na peça – destaca a diversidade que o evento proporciona tanto para o público como para os atores: “É muito importante um festival assim, que fomenta o teatro. Dá espaço para tantos grupos diferentes, linguagens diferentes. São poucos lugares que fazem isso”, diz a atriz.


Apesar de estar em cartaz em São Paulo desde agosto de 2010, sempre há espaço para mudanças e improvisações. “Hoje a gente mudou algumas coisas, a marcação do carro, a cena no teto do trem. Isso foi tudo decidido hoje, nós sempre nos reunimos antes pra conversar sobre a apresentação anterior e desejar 'merda'”, declara Stulbach, quase sem palavras após se expressar através de seu exercício favorito, o teatro.




A tradição de desejar merda

Antigamente as pessoas iam aos teatros com carroças puxadas por cavalos, os quais acabavam fazendo suas 'necessidades' pela calçada. De acordo com isso, quanto mais gente fosse assistir a peça, mais coco de cavalo teria na frente do teatro.


Desde essa época vem o costume de dizer 'merda' aos atores antes do espetáculo começar no intuito de desejar que muitas pessoas assistam e que peça seja um sucesso.

Fonte: Jornal Comunicação UFPR

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Festival de Teatro de Curitiba 2011


Risorama é campeão de audiência no Festival de Curitiba



Proposta do stand-up comedy é mostrar situações do cotidiano das pessoas de uma forma divertida


Reportagem Guilherme Magalhães

Edição Maria Eduarda Simonard



Divulgação



Diogo Portugal, humorista e criador do Risorama, se apresenta no Festival de Curitiba 2011



Em pé - daí o termo stand-up -, sem acessórios, sem caracterização. Somente a fala, escrita pelo próprio comediante através de observações do cotidiano. E com ela, a habilidade de colocar um sorriso no rosto de cada espectador. Esse é o cenário de um espetáculo de stand-up comedy, ou o chamado humor de cara limpa. No Festival de Curitiba, esse tipo de comédia marca presença através da mostra Risorama, cujos ingressos são dos mais disputados pelo público.


O comediante curitibano, criador e curador do Risorama, Diogo Portugal conta que ao criar o evento, há oito anos, sentia falta de um núcleo de humor dentro do festival. “Criamos o Risorama como um evento paralelo e independente, mas ele acabou tomando uma proporção muito significativa dentro do festival”, diz.


Portugal fala que a comédia, no geral, está em alta em todo o país. Há alguns anos era o humor representado por personagens e agora é a vez do stand-up comedy e dos grupos de improviso. “Daqui a pouco vai ser outra coisa, mas o importante é que seja sempre engraçado, pois é isso que irá atrair o público”, completa.


Para o comediante Rogério Morgado, a simplicidade do gênero é a razão do enorme interesse do público pelo stand-up. “Não usamos nenhum tipo de figurino ou fantasia, somos nós mesmos. O público se interessa porque muitos já viveram as situações comentadas por nós e, por isso, a identificação é muito grande”, conta Morgado, que também apresenta seu show no Risorama desse ano.


O psicanalista e professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Maurício José d'Escragnolle Cardoso diz que a explosão de interesse pelo stand-up está relacionada com a questão de o espetáculo encenar a distância que separa o universal do particular. Segundo Cardoso, “mostrar diretamente a dimensão cômica ou dramática da própria vida comum” é o grande acerto dos stand-ups.


Com o leque de opções de shows crescendo, quem ganha é o público e o comediante, afirma Diogo Portugal. “Curitiba sempre esteve na vanguarda do humor. Depois de São Paulo, somos a cidade que mais tem noites de comédia e uma casa especializada no gênero, coisa que até um tempo atrás só era comum nos Estados Unidos”, fala. Para ele, o stand-up se transformou na profissão do futuro. “O sujeito perde o emprego e vai fazer stand-up”, brinca.


Fonte:Jornal Comunicação/UFPR